Thursday, December 4, 2008

Este é o resultado de estar de férias em Dezembro, enquanto o resto do mundo trabalha...

Eu sou assim desde criança. Antes de começarem as férias, quando o trabalho, as responsabilidades ou o estudo apertam, eu passo horas acordada a sonhar com as férias. Infelizmente, quando as tão desejadas férias chegam parece que nunca satisfazem as minhas expectativas. Geralmente, pelo final da primeira semana e quando o entusiasmo começa a desvanecer-se, lá estou eu a lamentar a falta de ocupação.

Mas desta vez, isto não deveria acontecer. E fico aborrecida comigo própria por ser assim, como sou, desde criança. Afinal de contas, após estes duros meses de trabalho, stress, noites mal dormidas, saudades dos amigos, da família e da vida em geral, o resultado não foi mau e aparentemente o obstáculo ultrapassado.

Mas eu não nasci para estar em casa sossegada. Definitivamente, esta vida não é para mim.

E deve ser por isto mesmo que ando a ficar invejosa, algo que me aconteceu agora e pela primeira vez na minha curta vida. Ora, sendo a inveja um dos sete pecados mortais, a mentira também o é. E portanto, ou minto e digo que ando feliz ou tenho de confessar que ando a invejar. Não sei se é inveja no mau sentido mas também não sei se existe algum tipo de inveja no bom sentido.

E o que eu invejo é nada mais nada menos que a vida de certas pessoas a quem basta pedir "empréstimos" sem juros ou "prendas de Natal" antecipadas e voilá...viajam pelo mundo fora, têm carro e casa à disposição. E eu, que tenho passado estes últimos dias entediada aqui por casa, aborrecida por só fazer trabalho doméstico (meu Deus, não sei como as mulheres viviam assim!), dou por mim a invejar. A desejar ter o que outros têm, mesmo sabendo que isso não traz felicidade e que muitos desejariam ter muito menos e estar no meu lugar. Eu estou contente e satisfeita com quase tudo. Na verdade não me posso queixar de nada. As pessoas que mais amo estão bem, todos com saúde e perto de mim. E eu só desejava fazer a mala e viajar. Nem precisava de ser para muito longe, ainda que certas coleguinhas da ex-faculdade achem Espanha um destino "pobre". E agora eu podia pegar neste pensamento e valorizar aquilo que realmente interessa (que pessoas como estas não têm!) e parar os meus pensamentos inconvenientes.

Sei que isto é muito feio. Mas também era feio ficar a remoer. E era ainda mais feio se eu fosse mentirosa. E isso é que eu não sou.

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