Tuesday, June 12, 2007

Ser estudante de medicina I

Há coisas que me tiram do sério.

Senão, vejamos:

1. Venho para Lisboa no domingo

2. Segunda feira às 9h30m apresento-me no estágio de psiquiatria. Oooops, afinal não é estágio! Temos uns seminários para apresentar, cujos temas são iguais aos das aulas teóricas. Portanto, trabalho produtivo...

3. Fico responsável por apresentar o trabalho sobre perturbações da personalidade terça feira as 9h30m.

4. Chego a casa e começo a trabalhar: estudar o tema, fazer os slides, preparar a apresentação. As 2h da manhã está tudo pronto.

5. Durmo 6 horas e vou apresentar o trabalho as 9h30m.

6. São 10h e não aparece ninguém.

7. São 10h30m e ninguém aparece.

8. São 11h e a paciência começa a escassear.

9. São 11h15 e aparece a secrectária. Ao que parece não há mesmo professor para assistir ao trabalho nem para dar aula.

10. Às 11h30m estou em casa e assim termina mais um dia de "estágio" em psiquiatria.

Agora digam-me se isto não perturba a personalidade de qualquer pessoa???!!!!

Não é o primeiro estágio em que isto acontece. Ter tempo livre é muito bom mas é quando temos planos para o aproveitar.

Mas o que realmente me revolta é que estes médicos recebem um ordenado para darem aulas e orientarem os alunos. Neste momento sinto-me tudo excepto orientada.

É uma vergonha, sobretudo se pensarmos na quantidade de portugueses desempregados e que desejam trabalhar. Viva a justiça social! Pois...essa que não existe no nosso País.

Sunday, June 10, 2007

Nem só nem mal acompanhada

Ultimamente tenho passado muito tempo sozinha. Sozinha não: comigo.

Ora quem me conhece sabe bem como eu destesto estar sozinha. Não suporto o som perturbante do silêncio... Só que desta vez foi diferente. A minha mente estabeleceu uma distância mínima de segurança e todos os maus sentimentos que associo à solidão foram barrados.

Foi assim que pela primeira vez na minha vida me senti bem sozinha. Acabei por descobrir que estar sozinha comigo não é mau de todo... Mas que não haja dúvidas! Não fui feita para viver sozinha! Ainda bem que há telemóveis que nos aproximam de quem gostamos (e de quem não gostamos também) num abrir e fechar de olhos.

Não há nada melhor que ouvir a voz das pessoas que amamos nem nada mais confortante que uma gargalhada genuína.

Andava eu a reflectir sobre isto nos intervalos do estudo... Ah, e por falar nisso, viva a Pediatria! Foi de longe a cadeira que mais gostei de estudar e confirmei a minha vocação. Em todos os bancos me imaginava a trabalhar ali! Vou continuar a sonhar com isso, pelo menos enquanto o exame da especialidade não me cortar as esperanças.

Mas voltando ao tema do post... No regresso a casa depois do exame comprei uma revista de "gajas" para ler no comboio. Dentro do género costumo escolher a Máxima. Não fala exclusivamente de sexo, homens, maquilhagem e roupa. De uma forma engraçada a revista lá mistura tudo isto e ainda alguns temas interessantes. E como me sabe bem distrair a cabeça com textos sobre o George Clooney devidamente acompanhados por imagens!

Vou desfolhando a revista e encontro uma artigo interessante sobre isto de se viver sozinho. Parece que nos EUA algo como 51% das mulheres escolhem viver sozinhas. E gostam!

(Eu não gosto mas suporto, o que já não é mau!)

Nisto, fecho a revista e vou a pensar o resto da viagem. Não, não me imagino a morar sozinha. Quero muito ser uma boa médica. Mas quero tanto ou mais ter uma família feliz. Não quero encontrar uma casa vazia quando o trabalho chegar ao fim. Quero encontrar-te a ti à minha espera... Se eu chegar primeiro, não faz mal! Espero eu! :)

É muito bom sentir que alguém gosta nós. Desta forma é impossível estar sozinha!

Não posso deixar de terminar esta dissertação sem agradecer à minha gata! Sim, essa fantástica bichaninha que responde pelo nome de Ticky Maria. Esta bela exemplar arraçada de siamês é uma óptima companhia. Depois de tantas horas a estudar comigo, a minha gata sabe de Medicina que se farta! Até hoje só adormeceu uma vez. Mas como foi em cima do livro de anatomia tem toda a minha compreensão! Ticky: obrigado pela companhia!