Friday, February 20, 2009

Os pratos da minha balança...

...andam a mover-se demasiado e demasiado depressa. E eu não ando muito animada. Deve ter dado para perceber pelo post anterior. Mas, como quase sempre acontece, há qualquer estrelinha que desvia o nosso olhar das coisas más e nos faz ver com clareza todas as coisas boas.

Ultimamente tenho vivido neste equilíbrio, ainda que de forma algo desequilibrada. Acho que o Universo, Deus ou seja lá quem fôr anda a brincar de forma cruel com o meu equilíbrio. Ora me dá algo de bom, ora me tira algo de bom, ora me dá uma mão cheia de chatices.

Em jeito de reflexão: ando um bocado confusa com isto tudo.

Thursday, February 19, 2009

Tudo mal

Está tudo mal na minha vida e à minha volta.

Chego a conclusão que estou num mundo de merda, numa profissão de merda (com muitos colegas de merda), num prédio de merda e que metade deste mundo de merda anda a tentar lixar a outra metade do mundo. Metade essa que, por acaso, é a metade menos merdosa.

Wednesday, February 11, 2009

Mas existem políticos sem manha?




O nosso excelentíssimo Primeiro Ministro indignou-se hoje contra a famosa pergunta que lhe foi feita a propósito dos magistrados envolvidos na investigação do caso Freeport. Para além disso, considerou a mesma insultuosa e "feita com manha".

Ora isto obrigou-me a tentar nomear um político sem manha. Resultado: não consegui. Acho mesmo que tais criaturas não existem.

Para além disso, está indignado com o cartaz da JSD no qual lhe chamam "Pinócrates", que é como quem diz mentiroso. Embora esta seja apenas mais uma, é verdade que existem formas mais simpáticas de lhe chamar mentiroso.

Mas convenhamos que vivemos num país em que a política é feita de forma leviana, sem qualquer respeito, educação ou bom senso. Basta lembrarmo-nos das peixeiradas sistemáticas a que assistimos na Assembleia da Madeira e nas menos sistemáticas que acontecem na Assembleia da República.

Não é só o senhor José Sócrates que mente. O seu antecessor também o fez e o seu sucessor fá-lo-á também. É por isso que ainda não faço a menor ideia de onde colocar a minha cruz nas próximas eleições. Fora dos quadrados parece-me a melhor opção no momento.

Wednesday, February 4, 2009

Mensagem para o meu vizinho de baixo

Quando, no passado mês de Agosto, vim morar para este apartamento foi-me dito que neste prédio só moravam personalidades VIP (leia-se very important people). Até agora ainda não tive o prazer de conhecer nenhuma dessas personalidades. No entanto, conheço muitas personalidades VIPP (leia-se very important psychiatric pathology).

Comecemos pelos meus vizinhos de cima. A senhora gosta muito de sapatos de salto altos. Não a condeno por isso. Eu também gosto. Apenas não faço questão de andar a martelar constantemente no tecto do vizinho de baixo com os meus saltos altos. Essa mesma senhora também gosta muito de bater portas, a qualquer hora do dia. Acho que por isto já posso condená-la, o que por si só não serve de nada.

O filho da vizinha do lado tem, por sua vez, uns problemas comportamentais com consumos de "coisas". Por outro lado, gosta muito de falar alto e em francês ao telemóvel numa clara manifestação de cultura geral de alto nível. Só é pena que intercale o francês fluente com caralhadas bem portuguesas e desagradáveis para os meus ouvidos. Já a vizinha do lado é uma querida e não tem culpa destas coisas. O filho incomoda um bocado mas tolera-se.

Passemos ao meu vizinho de baixo. Aqui tenho que perder um pouco mais de tempo para descrever este filho da puta. Eu podia tentar arranjar um adjectivo para o caracterizar mas de facto não consigo. Só um valente filho da puta me vem bater à porta à 1h da manhã porque acha que eu faço muito barulho. Tendo em conta que eu e os restantes habitantes da casa nos encontrávamos a dormir, só posso concluir que respiro muito alto. Ah não!, também não posso concluir isso porque o filho da puta afirma veementemente que eu estava a arrastar cadeiras e a bater portas.
Não contente com isto, ainda tem o desplante de tocar à campainha da porta do prédio às 6h da manhã até que alguém levante o auscultador e pergunte "quem é?". É então que ele foge. Portanto, além de filho da puta é um cobardolas.
Quando há uma discussão conjugal no prédio, a culpa também é minha. Eu e a minha irmã somos na realidade um casal, apesar de nenhuma nós ter um pénis. Ora...uma discussão conjugal é um óptimo motivo para se bater com a vassoura no tecto do alegado casal, ou seja, no meu tecto.
Este senhor tem uma lista de queixas muito extensa e possivelmente imaginária. Senão vejamos:

1. Ele afirma saber o meu horário de trabalho. Isto é fantástico porque nem eu própria o sei. Talvez porque não tenho horário fixo e os estágios vão variando ao longo do ano. Mas o meu vizinho de baixo é dotado de poderes sobrenaturais. Não duvido!

2. Eu acordo a filha dele 4 vezes por semana, em média.

3. Eu sou responsável por todo o barulho que ele ouve quando está em casa e também por todo o barulho que se ouve no prédio. Já tentei explicar-lhe que ele próprio faz barulho, discute com a mulher e tem dois cães num apartamente exíguo que ladram quando lhes apetece. Não adiantou nada.

4. Eu não posso receber visitas em casa, muito menos pessoas que usem sapatos de sola. Amigas com saltos altos: nem pensar!

5. Eu devia mudar o soalho da casa.

6. Eu devia insonorizar a casa.

Não contente com isto, ameaça acordar-me todos os dias a meio da noite. Já fui à polícia e tentei apresentar queixa mas o senhor polícia, confiante na instituição que representa, diz que não vale a pena.

Não é preciso ser médico para notar aqui alguns traços obsessivos. O meu vizinho de baixo sofre claramente de patologia psiquiátrica grave, a chamada doença obsessivo-compulsiva, e que lhe deve causar muita ansiedade e sofrimento. Isto já para não falar de uma possível esquizofrenia com delírio persecutório e alucinações auditivas.

Segundo a Wikipedia uma obsessão é é um pensamento fixo, recorrente, intrusivo, e geralmente de caráter absurdo; costuma gerar angústia; quando grave, a pessoa somente consegue libertar-se com ajuda profissional.

Portanto, caríssimo vizinho de baixo aqui lhe deixo um desejo e um conselho profissional:

- Vá-se foder;

- Procure um psiquiatra dos bons,

respectivamente.