Friday, March 28, 2008

Summer em Barcelona I

Estou em Barcelona há cerca de 48h e...estou encantada! E as fotos aparecerão em breve!

Descobri que viajar sozinha pode ser um aventura fantástica e enriquecedora. Sair do avião com uma valente otalgia (dor de ouvidos para quem não sabe!) e pisar solo desconhecido é absolutamente desafiante. A cidade é realmente muito bonita e já aprendi que passear sozinha, que é como quem diz, eu e o mapa, pode ser uma experiência muito positiva.

Em poucas horas fiquei fã do Gaudi e desta cidade. Portanto, não posso perder mais tempo a escrever. Ainda há muito para conhecer e amanhã já estou regresso a Lisboa...

Estar longe da nossa casa, mesmo que seja por pouco tempo, duplica as saudades! Por isso, beijinhos para todos, mesmo para quem nunca dá notícias!

Friday, March 21, 2008

Não acredito mais em palavras

As palavras são uma coisa muito traiçoeira. Podem ser ditas ou escritas com tanta convicção que acreditamos nelas.

Algum dia alguém me disse que, apesar das razões (ou falta delas...) que determinaram o nosso afastamento físico, continuaria a ser minha amiga.

Volvido algum tempo e bem ao estilo do João Pedro Pais, posso afirmar com convicção: mentira, mentira, mentira...

Ser amigo não é telefonar, nem mandar toques ou msgs todos os dias. Não é ver o/a amigo/a todos os dias. Não é saber todos os pormenores da sua íntima. Não é fazer tudo juntos.

Mas ser amigo não é certamente passar meses e meses sem dar notícias. Já não digo dar uma saídinha à noite, beber um café ou ir ao cinema. Refiro-me aos meses que passam sem que seja enviada uma simples msg a perguntar "estás bem?", sem enviar um simples "olá" pelo msn. Para isso há sempre tempo, desde que haja vontade. Acho que finalmente também me fartei de insistir numa causa há muito perdida. Eu própria perdi a vontade.

E quando sentimos essa ausência total de vontade, percebemos que as palavras são uma verdade que dura muito pouco tempo.

E quando essas mesmas palavras se transformam em mentira, uma vez que não são confirmadas por acções, sobrevém um sentimento de desilusão. Meu Deus, como eu detesto que me mintam e que me enganem.

Não acredito mais em palavras. Parece que os ditados populares continuam a estar actualizados e que há acções que valem mais do que mil palavras. Por falar nisso, ainda esta semana fui presenteada com uma acção que não esperava, vinda de alguém que todos os dias continua surpreender-me. Só espero que não faça mal acreditar em acções.

Sunday, March 16, 2008

Os espertinhos

Conduzir em Lisboa pode ser enriquecedor em vários aspectos.

Primeiro, aprende-se mesmo a conduzir: não há tempo para ter muitas dúvidas, somos obrigados a escolher a faixa certa, a conhecer minimamente os caminhos e a estacionar à primeira e sem hesitações.

Segundo, conhecemos pessoas simpáticas, tais como os espertinhos. Os espertinhos deviam ser considerados uma raça especial e deviam também procriar entre si. Assim, ao fim de uns anos, o Mundo seria um lugar muito pior mas povoado apenas pelas melhores.

Voltando à essência dos espertinhos. Estes podem ser aqueles condutores irritantes que têm de chegar primeiro a todo o lado, ignoram os sinais vermelhos (que estão mesmo vermelhos há mais de 1 minuto), ultrapassam pela direita e roubam o estacionamento.
Outro dia conheci através da janela do meu carro um excelentíssimo espertinho que me quis passar à frente numa das entradas para a 2ª circular. Como eu não deixei (estava em dia não, que também tenho direito), perseguiu-me durante um curto trajecto e coloca-se lado a lado comigo para me berrar a seguinte frase via janela aberta:
- Deves pensar que és gira.
Por acaso não penso. Mas também não percebo o que é que isso tem a ver com a minha condução.

Wednesday, March 12, 2008

Ontem quase morri!

Não, isto não é brincadeira! É mesmo verdade que ontem quase fui desta para melhor ou pior, conforme os pontos de vista.

Estava eu a conversar com uma colega à porta do elevador da minha casa em Lisboa (sim...porque duvido que estas coisas aconteçam em qualquer outra cidade!) quando vejo, oiço e sinto cair um vaso bem grande cheio de terra e com uma flôr seca a centímetros de distância da minha pessoa. O vaso havia sido lançado por um qualquer gaiato idiota, delinquente e burro como uma porta, tendo percorrido nada mais nada menos que a distância vertical que separa o meu 5º andar do chão. O impacto com que o dito cujo se estatelou no chão foi...como dizer?...assustador!

Acho que se aquilo que tivesse caído em cima da cabeça a esta hora estaria, na melhor das hipóteses, no S.O. de um Hospital perto de mim com uma belo traumatismo craniano e um sorinho na veia...

Já é a terceira vez que quase morro! A primeira foi quando fui atropelada numa passadeira por um polícia desvairado. (Tenho uma sorte peculiar, não tenho?) A segunda foi num acidente de carro com uma colega. Quem nos mandou parar quando o semáforo estava vermelho? (Obviamente isto também se passou em Lisboa...) A terceira aconteceu ontem.

Estas três experiências têm dois pontos em comum:

1. No curto espaço de tempo em que a "coisa" acontece não me passa absolutamente nada pela cabeça. É como se o tempo parasse e eu morresse por uns milésimos de segundo. A minha alma sai de dentro de mim e fica a observar o meu corpo.

2. No longo espaço de tempo após a "coisa" acontecer fico a pensar nas pessoas de quem mais gosto. E chego à conclusão que tenho coisas que sucessivamente ficam por lhes dizer, nem que seja um simples "gosto de ti".

Para ti que estás a ler e ainda para todos os que não estão a ler:

- Gosto de ti.

Saturday, March 8, 2008

Porque hoje é dia da Mulher!

O dia da Mulher assinala a melhor conquista das mulheres: a emancipação. Por temos chegado a ela com algum atraso em relação aos homens, assinalamos anualmente esta data para que a nossa conquista não caia em esquecimento.

Acho muito bem que se comemorem os feitos políticos, económicos, sociais e profissionais de todas as mulheres deste Mundo mas será que ao criarmos um dia para nós não estamos também a dar aos homens um sinal de fraqueza? Eles por sua vez não têm dia do Homem, o que dá aos mais machistas razões para troçarem com o nosso dia... Pessoalmente não acho que do dia da Mulher seja um sinal de fraqueza. Não é! No entanto, acho que podia haver o dia do Homem, assim como há o dia da Criança, o dia do Pai, o dia da Mãe, o dia dos Avós e o dia dos Namorados. (Este último é sem dúvida o mais controverso.)

Hoje apetece-me falar sobre isto de ser mulher.

Felizmente não vivi no tempo em que às mulheres não era dada a oportunidade de estudar, trabalhar, escolher um marido, escolher a roupa que vestiam, escolher ter ou não ter filhos, escolher o seu partido político e votar no mesmo. Antigamente as mulheres não tinham a oportunidade de ser coisa alguma para além de esposas e mães. Nisso não vejo mal. Ser esposa e mãe era (e é!) para muitas mulheres o suficiente para serem felizes. O que estava mal era a ausência de liberdade de escolha e do direito à individualidade. Estas sim, foram as nossas maiores conquistas. Com elas ganhámos o direito a escolher e hoje podemos ter a vida profissional, social e familiar que escolhermos. E isso é bom, muito bom! Mas ao mesmo tempo acumulámos uma série de funções fora e dentro de casa e, por isso, hoje exige-se à mulher que seja boa mãe, boa esposa, que cuide bem da casa, que faça bons cozinhados, que seja competente no seu trabalho. Foi aqui que começaram os nossos problemas, pois fazer bem tudo isto e conjugar a vida profissional e familiar revelou-se um grande desafio. É então que a nossa sociedade exige aos homens que desempenhem algumas das tarefas antes exclusivas da mulher. E eis que eles nos surpreendem e se transformam em pais mais presentes, maridos mais carinhosos e, acima de tudo, bons donos de casa.

No entanto, esta viragem na nossa sociedade suscitou uma inversão de valores que me assusta. Corremos o risco de colocar o nosso trabalho, a nossa carreira e a nossa realização pessoal à frente da família, na esperança de assim vivermos melhor. Possivelmente vivemos com mais dinheiro.

Mas de que nos serve sermos mulheres lindas, poderosas, termos uma casa grande e bonita, sermos economicamente independentes e podermos percorrer o mundo a viajar se não tivermos ao nosso lado aqueles que mais amamos?

Para mim não serve de nada. Censurem-me mas eu quero tudo. Quero ser médica (pediatra se possível), mãe, esposa e dona de casa. Quero viajar e conhecer o mundo. E acima de tudo quero ser feliz.