Monday, July 30, 2007

Do fundo da minha alma


Ultimamente não tenho escrito nada porque, caso o fizesse, arriscar-me-ia a desenhar um enorme borrão preto...

Apesar das férias, do bom tempo, do sol e do calor, nada me faz sorrir. E isso já me começa a fazer comichões. Sinto falta de ouvir e soltar umas belas gargalhadas. E não quero de forma nenhuma tornar-me uma pessoa triste, amargurada ou deprimida. Isso é que não! No entanto, ainda não estou a ver como vou dar a volta por cima.

Tudo à minha volta está a mudar. Alguns amigos afinal não são tão amigos assim. E não há nada mais triste que perder amigos. Aliás, eu acho que na verdade nunca perdemos amigos, pois os verdadeiros amigos sê-lo-ão para todo o sempre. O grande problema são as pessoas que se disfarçam de amigos. Felizmente, há sempre os continuam a ser bons amigos, por mais tempo que passe e por maior que seja a distância que nos separe. E é tão difícil fazer e manter amigos nos dias que correm...

É por isso que tenho dificuldade em compreender como é possível fazer amigos instantâneos. Faz-me lembrar a gelatina: mistura-se o pó com a água , põe-se no frigorífico e pouco tempo depois temos uma gelatina, ou seja, um novo amigo.

E como eu dizia no início, tudo à minha volta está em constante e rápida mudança...

Neste âmbito, tenho visto acontecer outra coisa interessante. ("Interessante" é um óptimo adjectivo porque serve para tudo e não quer dizer nada...) E o interessante são adultos que se tornam jovens e jovens que se tornam adultos, tarde e cedo demais, respectivamente. E esta inversão de papéis é um fenómeno engraçado, que eu ando a tentar compreender. Parece-me que o factor determinante é aquilo a que os adultos chamam "circunstâncias da vida", que são sinónimo de "merdas que nos acontecem". Como não acontecem as mesmas merdas a toda a gente, cada um fica como cada qual. Todos diferentes e não iguais. Isso de sermos "todos diferentes, todos iguais" só é aplicável nas questões sociais, e mesmo assim é pouco aplicável...

Bom, aparentemente consegui elaborar um conjunto de palavras e com elas construir um texto. Se bem que é um texto um pouco acinzentado. A propósito de acinzentado, não pude deixar de colocar uma imagem que reflecte o que tem habitado a minha alma. Só espero que os raios de sol consigam ser mais fortes que as nuvens carregadas de escuridão...

No comments: