Sunday, August 10, 2008

Às vezes, uma sesta pode ser a melhor parte do dia

Não tenho nada de interessante para contar. Não me aconteceu nada de novo. Hoje não vi as notícias e, portanto, não sei o que se passa no mundo. Nem sequer sei se o assaltante que foi alvejado pelos agentes do GOE já morreu ou não. Para ser sincera, também não me interessa.

Não tenho nada para criticar, nem para elogiar. Quer dizer, podia criticar o nono lugar da Telma Monteiro que aparentemente passou ao lado de uma carreira política brilhante, já que promete, promete mas não cumpre. Mas não vou criticar porque a rapariga tem garra e até merecia ter ganho à espanhola. E pronto, eis que consegui fazer uma crítica e um elogio no mesmo parágrafo.

Passei o dia inteiro a fazer um esforço monumental para estudar e o resultado foi miserável. Tão miserável que tive de interrompê-lo para dormir a sesta!

Eu a dormir a sesta! Já viram isto?

Eu era aquela criança que nunca entrava na lista das crianças que dormiam a sesta. A minha mãe costuma contar que teve de procurar um jardim escola onde a sesta não fosse obrigatória porque eu era absolutamente anti-sesta. Segundo as memórias da minha mãe eu preferia estar a cair de sono durante o jantar, enfiar literalmente a cabeça no prato da sopa, a dormir a sesta. Entretanto os meus pais mudaram-me de jardim escola porque no primeiro havia alcatifas e a minha rinite alérgica e asma incompatibilizaram-se com as mesmas. No segundo jardim escola, para grande tristeza minha, a sesta era obrigatória. Mas não para todos porque, se bem me lembro, eu nunca a dormi. Gostava mais de me levantar da cama e ir despentear as meninas, tirar-lhe as bandoletes (que já eram moda nessa altura) e escondê-las debaixo das camas de lona.

Volvidos 20 anos dou por mim a dormir a sesta voluntariamente e com muito prazer. Se pudesse voltar atrás explicaria a mim própria que a sesta pode ser uma experiência muito positiva e agradável, sobretudo quando a alternativa é ler um livro que é extremamente hipnótico.

Viva o Jardim Escola e vivam as sestas que eu não dormi mas que devia ter dormido.

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